sábado, 24 de janeiro de 2009

Forum Mundial de Teologia e Libertação (2)

O Fórum Mundial de Teologia e Libertação segue em seu terceiro dia. Pela manhã tivemos as Conferências em torno do tema “Dimensão eco-teológica da corporeidade” com a contribuição de três especialistas. Michel Dubois, pesquisador da França ofereceu uma reflexão sobre a partir das ciências biológicas, para mostrar a relação dos indivíduos com organismos e sistemas. A seguir, a teóloga coreana Chung Hyun Kyung apresentou seu pensamento sobre “Corpo, terra e ecoteologia”, mesclando elementos da teologia ocidental com o pensamento feminista. Por fim, a houve a palestra apaixonada da polêmica teóloga norte-americana Mary Hunt.
Mary Hunt esteve no grupo que ontem à tarde visitou a comunidade de Aurá, na periferia de Belém. Lá vimos a dura situação dos catadores que ainda selecionam os resíduos no aterro sanitário (não controlado) da cidade. Também ouvimos o depoimento da associação dos recicladores, das mulheres que cultivam ervas medicinais e do artista popular “Seu Domingos” (foto). Este último estava no lixão catando resíduos, quando chegamos lá. Veio conosco no ônibus, cantando, tocando gaita e dançando carimbó. Uma síntese da resistência de um povo que não desiste, apesar de tudo. Recordei-me de uma frase do velho e sábio José Comblin: “enquanto houver pobres e excluídos, enquanto houver indignação e esperança, a Teologia da Libertação estará viva”.
Hoje a tarde haverá oficinas e comunicações diversas. Vou participar da oficina intitulada “Ecologia e espiritualidade”, animada pela biblista Margô Bremen, alemã que vive no Paraguai junto dos indígenas, e do teólogo brasileiro Luis Carlos Susin. Ambos são pessoas a quem respeito como teólogos(as) e admiro como amigos.
O dia terminará com uma conferência da Senadora Marina Silva, com o título: “A vida do Planeta desde a Amazônia”.O Fórum de Teologia reserva surpresas a cada dia. Por vezes, devido aos temas e as interpelações teóricas. Outros momentos, pelos depoimentos e experiências práticas. E por fim, pela beleza das pessoas e de seu compromisso com um mundo efetivamente melhor, a partir da fé.

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