Terá início nesta segunda-feira, 27
de outubro, o Encontro Mundial do
Movimento Popular com o Papa Francisco, no Vaticano. O evento é realizado
pelos movimentos representativos dos mais excluídos e excluídas de todo o mundo
juntamente com o Pontifício Conselho Justiça e Paz e a Academia Pontifícia de
Ciências Sociais, e se estenderá até a quarta-feira, dia 29. Não há registros
na historia, que algum Papado tenha tomado iniciativa semelhante, a de convidar
os mais diferentes movimentos populares, representativos de vários segmentos
sociais, entre os trabalhadores que enfrentam mais dificuldades, para ouvi-los.
Espera-se a participação de cerca de 100 delegados de diferente procedência,
que reúnem: 1) trabalhadores precarizados, temporários, migrantes e os que
participam do setor popular, informal e/ou de autogestão, sem proteção legal,
reconhecimento sindical nem direitos trabalhistas; 2) camponeses sem terra e
povos indígenas ou pessoas em risco de serem expulsas do campo por causa da
especulação agrícola e da violência; 3) pessoas que vivem nos subúrbios e
assentamentos informais, os marginalizados, desalojados, os esquecidos, sem
infraestrutura urbana adequada. Também participarão organizações sindicais,
sociais e de direitos humanos que acompanham os processos de organização e luta
desses setores sociais. Participarão pessoas de todo o mundo e, especificamente
latino-americanos, do Brasil, Argentina, Haiti, Colômbia, Uruguai, México,
Guatemala, Peru, Venezuela, Equador, Paraguai, Honduras, Bolívia, Nicarágua,
Cuba e El Salvador.
Além disso, bispos e outros
trabalhadores da Igreja de vários países foram convidados, com a finalidade de
estimular o diálogo e a colaboração com a Igreja. A reunião será realizada em
espanhol, francês, inglês, italiano e português. O Encontro concluirá com a
promoção de uma instância internacional de coordenação entre os movimentos
populares, com o apoio e colaboração da Igreja.
A programação dos três dias do Encontro:
1º dia: conhecer a realidade de
hoje, as lutas e os pensamentos dos movimentos populares;
2º dia: apreciar o ensino do Papa
Francisco sobre a forma de avançar juntos rumo a um autêntico desenvolvimento
humano integral
3º dia: construir e assumir compromissos concretos
para coordenar as organizações dos excluídos e sua colaboração com a Igreja
Os objetivos centrais do Encontro são: compartilhar o pensamento
social de Francisco, em especial os elementos aportados em sua Exortação
Apostólica "A Alegria do Evangelho” e debatê-lo a partir da perspectiva
dos movimentos populares; elaborar uma síntese da visão dos movimentos
populares em torno das causas da crescente desigualdade social e do aumento da
exclusão em todo o mundo, fundamentalmente a exclusão da terra, do trabalho e
de moradia; refletir coletivamente sobre as experiências organizativas dos
movimentos populares como formas de solução para as mencionadas injustiças,
colocando em debate as práticas, formas de interação com as instituições e
perspectivas futuras.
Também
são objetivos: propor alternativas populares para enfrentar os problemas –
guerra, deslocamentos, fome, miséria, desemprego, precarização, exclusão –,
gerados pelo capitalismo financeiro, pela prepotência militar e o imenso poder
das transnacionais, a partir do ponto de vista dos pobres, com a perspectiva de
construir uma sociedade pacífica, livre e justa; e, por fim, discutir a relação
dos Movimentos Populares com a Igreja, e como avançar na criação de uma
instância de articulação e colaboração permanente.
Fonte: Portal ADITAL.