sábado, 15 de fevereiro de 2014

Atitudes básicas dos evangelizadores

Na Carta Apostólica “A alegria do Evangelho”, o Papa Francisco aponta cinco atitudes básicas dos evangelizadores e da comunidade eclesial: tomar a iniciativa (primeirear), envolver-se, acompanhar, frutificar e festejar (EG 24). Veja o texto e reflita com seu grupo.

(1) Ir na frente, tomar a iniciativa (primeirear)
A comunidade missionária experimenta que o Senhor tomou a iniciativa, precedeu-a no amor (cf. 1 Jo 4, 10), e, por isso, ela sabe ir à frente, sabe tomar a iniciativa sem medo, ir ao encontro, procurar os afastados e chegar às encruzilhadas dos caminhos para convidar os excluídos. Vive um desejo inexaurível de oferecer misericórdia, fruto de ter experimentado a misericórdia infinita do Pai e a sua força difusiva. Ousemos um pouco mais no tomar a iniciativa!

(2) Envolver-se
Como consequência, a Igreja sabe «envolver-se». Jesus lavou os pés aos seus discípulos. O Senhor envolve-Se e envolve os seus, pondo-Se de joelhos diante dos outros para os lavar; mas, logo a seguir, diz aos discípulos: «Sereis felizes se o puserdes em prática» (Jo 13, 17). Com obras e gestos, a comunidade missionária entra na vida diária dos outros, encurta as distâncias, abaixa-se – se for necessário – até à humilhação e assume a vida humana, tocando a carne sofredora de Cristo no povo. Os evangelizadores contraem assim o «cheiro de ovelha», e estas escutam a sua voz.

(3) Acompanhar
Em seguida, a comunidade evangelizadora dispõe-se a «acompanhar». Acompanha a humanidade em todos os seus processos, por mais duros e demorados que sejam. Conhece as longas esperas e a suportação apostólica. A evangelização patenteia muita paciência, e evita deter-se a considerar as limitações.

(4) Frutificar
Fiel ao dom do Senhor, a comunidade evangelizador sabe também «frutificar». Ela mantém-se atenta aos frutos, porque o Senhor a quer fecunda. Cuida do trigo e não perde a paz por causa do joio. O semeador, quando vê surgir o joio no meio do trigo, não tem reacções lastimosas ou alarmistas. Encontra o modo para fazer com que a Palavra se encarne numa situação concreta e dê frutos de vida nova, apesar de serem aparentemente imperfeitos ou defeituosos. O discípulo sabe oferecer a vida inteira e jogá-la até ao martírio como testemunho de Jesus Cristo, mas o seu sonho não é estar cheio de inimigos, mas antes que a Palavra seja acolhida e manifeste a sua força libertadora e renovadora.

(5) Festeja
Por fim, a comunidade evangelizadora jubilosa sabe sempre «festejar»: celebra e festeja cada pequena vitória, cada passo em frente na evangelização. No meio desta exigência diária de fazer avançar o bem, a evangelização jubilosa torna-se beleza na liturgia. A Igreja evangeliza e se evangeliza com a beleza da liturgia, que é também celebração da atividade evangelizadora e fonte dum renovado impulso para se dar.
(Fonte: Papa Francisco, Alegria do Evangelho, nº 24)

Para refletir em grupo: Quais atitudes estamos cultivando na evangelização? Qual delas devemos desenvolver?

domingo, 2 de fevereiro de 2014

João Batista Libanio, grande mestre

Faleceu no dia 30 de janeiro de 2014 o Padre João Batista Libanio.
Poderia relatar seu longo currículo de:
- excelente professor de teologia,
- brilhante escritor de inúmeras obras,
- eficiente comunicador,
- disputado orientador de pós-graduandos,
- cativante evangelizador,
- bem-humorado e brincalhão,
- grande intelectual que passeava por distintas áreas do conhecimento,
- pensador que abriu caminhos novos na pastoral e na teologia,
- homem de extraordinária capacidade de síntese,
- místico,
- formador de muitas gerações de leigos, religiosos e presbíteros...

Mas hoje somente quero dizer que ele foi para mim (e continua sendo) o grande mestre, que me introduziu nas sendas de teologia, de maneira fascinante. Ensinou-me a pensar e a escrever, desenvolveu a minha capacidade de comunicação.

A ele, minha gratidão e respeito. Obrigado, mestre Libanio!