quarta-feira, 18 de maio de 2011

Casa da Teologia (1)



Veja o primeiro vídeo sobre o nosso Livro "Casa da Teologia", em entrevista no programa Religare, da TV Horizonte. Trata-se de uma obra de Introdução a Teologia, em perspectiva ecumênica e pastoral, escrita com Paulo Roberto Gomes (teólogo e pastoralista católico) e Susie Ribeiro (teóloga batista).

terça-feira, 3 de maio de 2011

Congresso da ANPTECRE

Nos dias 2 a 4 de maio acontece o III Congresso da ANPTECRE, Associação Nacional dos Programas de Pós-graduação em Teologia e Ciências da Religião. Somos aproximadamente 350 professores e pós-graduandos de vários centros acadêmicos do Brasil, no campus da Universidade Mackensie, em São Paulo. Tema: Teologia e ciências da religião. Interfaces.
Na noite inicial, após uma bela apresentação do Coral da Mackensie, o teólogo espanhol José Maria Castillo discorreu sobre o tema central, a partir da teologia. Mostrou que tanto a teologia quanto a ciência da religião não falam de Deus, o inefável, mas somente das representações sociais de Deus. Ele mesmo somente se mostra em Jesus Cristo, que assumiu a carnalidade humana, seus limites e vissicitudes. A partir de Jesus, o acesso a Deus não se faz no âmbito religioso, mas sim ético. É neste horizonte da ética e da humanização é que se põe a possibilidade de interface entre teologia e ciências da religião.

Na primeira manhã, Pedro Ribeiro de Oliveira apresentou um breve histórico da relação entre teologia e ciências da religião a partir de sua experiência de atuação na sociologia da religião, a serviço de processos pastorais na Igreja católica, no horizonte da teologia da Libertação.

Além dos temas centrais, que serão apresentados durante as  manhãs, ganha destaque na ANPTREC a formação de 19 Grupos de Trabalho, que oportunizam comunicações e discussão sobre diferentes temas relacionados à teologia e às ciências da religião. Eu coordeno o GT 5, intitulado “Religião e Ecologia”, com 10 apresentações de distintas instituições de ensino superior. http://www.anptecre.org.br/3anptecre/gts/gt05.html

Veja mais informações e textos do evento em: http://www.anptecre.org.br/3anptecre/congresso/apresentacao.html

domingo, 1 de maio de 2011

Frágil lenho

Partilho com você o texto lúcido do colunista da Folha de São Paulo Carlos Heitor Cony, veiculado hoje no jornal. 

Frágil lenho

A palavra "navegar" é a mais perfeita comparação que se possa aplicar ao universo da informática, em especial, ao oceano sem fim da internet. Nem fica bem citar o Pompeu ("navegar é preciso"), que muita gente nem sabe quem foi, achando que a frase é de Fernando Pessoa ou de Caetano Veloso.

Mas navegar é uma das fronteiras do homem e, quando se dá o caso, a sua necessidade mais urgente. Se não houvesse o instinto, a inexorabilidade do navegar, ainda estaríamos na caverna, comendo carne de javali crua e puxando nossas mulheres pelos cabelos.

Camões foi quem melhor revelou o espírito (de porco) daqueles que condenam o navegar. O velho do Restelo, diante da armada de Vasco da Gama que partia para descobrir novos rumos para a humanidade, ficou pelo cais amaldiçoando aqueles que "colocavam uma vela sobre frágil lenho". Frágil lenho seria uma boa definição para um navio da era das navegações.

Pensando bem, a internet é um lenho ainda frágil. Depende de velas e ventos, encerra um mistério que abrirá caminhos -não necessariamente bons. Mas novos e surpreendentes.

Pertenço à parcela da humanidade que se formou antes do universo eletrônico. Poderia ficar pelo cais, murmurando imprecações contra os que partem. Nem sempre gostaria de partir, mas também não gosto da monotonia do cais, desprezando a problemática segurança da terra firme.

É o preço que pago por pertencer a uma geração que, em tão pouco tempo, viu a bomba atômica explodir e, logo em seguida, viu explodir a potencialidade da comunicação humana. Cada vez que abro o computador, tenho a impressão de que vou detonar uma bomba atômica que pode ser inofensiva, que nada ou muito destrói. Mas me introduz num mar desconhecido e muitas vezes macabro.