sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Apoio a Gilberto Carvalho

Conheço Gilberto Carvalho há muitos anos, embora nos encontremos poucas vezes. Acredito nele. Compartilho com você a carta de apoio escrita por Leonardo Boff, com a qual me identifico.

 A TENTATIVA DE CONDENAÇÃO DE UM HOMEM HONRADO E JUSTO
                                                                                           Leonardo Boff
         
No dia 19 de setembro o juiz Vallisney Oliveira da 10ª Vara Federal de Brasília acatou a denúncia do Ministério Público Federal contra o ex-Presidente Lula e Gilberto Carvalho por ter pretendido ver indícios de corrupção passiva sob a alegação de que teriam recebido a propina de 6 milhões de reais ao PT para reeditar a Medida Provisória 471/ 2009 que estendia benefícios fiscais a montadores do setor automobilístico no Centro-Oeste e Nordeste.
         Curiosamente esta Medida Provisória tem como autor o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso do ano de 1999, relatada na Câmara por José  Carlos Aleluia (DEM) e no Senado por César Borges (PFL). Ela foi aprovada por todos os partidos. O sentido era descentralizar a produção de automóveis e criar grande número de empregos. Efetivamente entre 2002-2013 o número de postos de trabalho passou de 291.244 para 532.364.
         A prorrogação desta MP 471 por  Lula tinha o sentido de garantir a continuidade dos empreendimentos que socialmente beneficiavam a tantos. Nada foi pedido e dado em troca. A acusação do MPF de propina não apresentou provas. Apenas indícios e ilações. Temos a ver com uma base extremamente frágil para fundar uma denúncia que nos remete, provavelmente, a outras intenções.
          Não tomo a defesa do ex-Presidente Lula porque advogados competentes o farão. Restrinjo-me a um testemunho da pessoa de Gilberto Carvalho. Conhecemo-nos há muitos anos, no trabalho com as Comunidades de Base, na Pastoral Operária, nos estudos de teologia em Curitiba, nos encontros de Fé e Política. Morou numa favela muito pobre da cidade, trabalhou depois numa fábrica de plástico e numa metalúrgica. Há cerca de 30 anos firmou com Lula uma amizade de irmãos. Ajudou a fundar o PT. Eleito Presidente, Lula o fez, nos dois mandatos, Ministro-Chefe da Secretaria Geral da Presidência da República.    Acompanhou o ex-Presidente em todos os momentos de realizações e tribulações pelas quais passou. No cargo desempenhou-se sempre com discrição e com grande sentido de equidade. Notabilizou-se por ser o interlocutor mais bem aceito pelos movimentos sociais, com a Igreja Católica e com outros segmentos religiosos. Carinho especial dedicava aos catadores de material reciclável e aos indígenas.      
         Todos o conhecem por sua serenidade e incansável capacidade de escutar e de buscar junto com outros os caminhos mais viáveis. Nós que o conhecemos de perto, testemunhamos com sinceridade o alto apreço que confere ao mundo espiritual. Quantos fins de semana passou no mosteiro dos beneditinos em Goiás Velho em oração humilde e meditação prolongada, pedindo ao Espírito luzes para bem servir ao povo de seu país, especialmente aos mais humilhados e ofendidos.
         Sempre foi um homem pobre. Comprou um pequeno sítio perto de Brasília com o resultado da venda de um apartamento que possuía em São Paulo. Faz gasto de ver como trata com cuidado ecológico as galinhas que lhe dão ovos  para toda a família, as plantas frutíferas e cada pé de milho. Nunca se aproveitou do alto cargo de ocupou na República.
         Por isso entendemos sua “revolta e indignação” contra a absurda denúncia feita pelo MPF e acatada pelo juiz federal Vallisney Oliveira de Brasília. Em sua nota de 19 de setembro Gilberto Carvalho escreveu: ”É importante grifar que não existe nenhuma base de provas, e sim ilações e interpretações forçadas de fatos… Nem o Presidente Lula nem eu tivemos qualquer aproximação com este tipo de má conduta com a qual querem nos estigmatizar.”.
         Talvez o tópico final de sua nota diga muito de sua personalidade em quem vemos sinais de virtudes humanas em grau eminente: ”Recebo esta denúncia no exato momento em que fui obrigado a vender o apartamento em que vivia, que recentemente havia adquirido, por não conseguir pagar o financiamento. Desde então, passo a morar em casa alugada. Portanto, não são acusações desta natureza que vão tirar minha honra e dignidade de uma consciência serena e sem medos”.
         As Escrituras com frequência invectivam juízes que açodadamente levantam suspeitas sobre os justos, quando não os condenam. Em Brasília se elabora a tentativa malévola de condenar um homem honrado e justo.

sábado, 16 de setembro de 2017

Turma Seminário de Leitura: "Dogma que liberta"

Este é o grupo de pós-graduação em Teologia da FAJE (Faculdade Jesuíta), que está estudando a obra de Juan Luis Segundo: "O dogma que Liberta".