
No intervalo, ela veio conversar comigo e partilhou um pouco de sua luta para perdoar. “Sei que isso não é cristão, mas eu odeio o meu pai! Lembro-me de quando eu era criança. Muitas vezes, ele chegava em casa bêbado, tarde da noite. Fazia questão de acordar a todos nós com seus gritos. Ameaça minha mãe com uma faca. Era um horror! Meu pai já morreu, mas eu não consigo perdoá-lo”.
Dois anos mais tarde, reencontrei a mesma professora. Com sorriso nos lábios, ela me disse que estava fazendo uma terapia e que, agora sim, havia conseguido perdoar o pai. E o perdão lhe trouxe uma sensação de libertação, de paz interior. Compreendi então que o perdão é um processo. Para uns, pode ser mais rápido. Para outros, exige mais tempo e esforço. Depende da intensidade da experiência, da maturidade humana e da nível espiritual.
Outro dia, devido a um incidente, quebrei o dedo mínimo do pé. O médico ortopedista imobilizou-me o dedo e disse: “Vai precisar de um certo tempo para colar o osso. Ele está na posição certa, mas isso não basta”. Lembrei-me então do processo do perdão. Ele se assemelha a colar um osso quebrado. Sempre há possibilidade para perdoar, pedir perdão e perdoar-se, se o coração humano estiver aberto. Mas é necessário criar as condições e deixar o tempo consolidar a decisão. Neste caminho, o amor de Deus age em nós, eliminando o ódio, o ressentimento, o desejo de vingança. O perdão é uma cura!
Um comentário:
Praticamente e como sempre certissimo. Temos sim que praticar mais esse domo de Deus que é o perdão!!!!!!!!!!!!!!
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