quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
A novidade cósmica da encarnação
Neste tempo de natal, partilho com você estas palavras inspiradas de T.Chardin, que descobre as consequências cósmicas da encarnação do Filho de Deus.
No princípio havia o Verbo soberanamente capaz de sujeitar e de modelar toda Matéria que nascia.
No princípio não havia frio e trevas; havia o Fogo, a luz preexistente que, paciente e infalivelmente, elimina nossas sombras.
Espírito ardente, Fogo fundamental e pessoal”.
Aconteceu. O Fogo, mais uma vez, penetrou a Terra.
Não caiu ruidosamente sobre os cimos, como o raio em seu esplendor. O Senhor forçaria as portas para entrar em sua própria casa?
Sem tremor, sem trovão, a chama iluminou tudo por dentro. Desde o coração de menor átomo até a energia das leis mais universais.
Naturalmente invadiu, individualmente e em seu conjunto, cada elemento, cada força, cada ligação do nosso Cosmo. E este, espontaneamente se inflamou.
Toda a matéria doravante está encarnada, meu Deus, pela vossa Encarnação
No princípio havia o Verbo soberanamente capaz de sujeitar e de modelar toda Matéria que nascia.
No princípio não havia frio e trevas; havia o Fogo, a luz preexistente que, paciente e infalivelmente, elimina nossas sombras.
Espírito ardente, Fogo fundamental e pessoal”.
Aconteceu. O Fogo, mais uma vez, penetrou a Terra.
Não caiu ruidosamente sobre os cimos, como o raio em seu esplendor. O Senhor forçaria as portas para entrar em sua própria casa?
Sem tremor, sem trovão, a chama iluminou tudo por dentro. Desde o coração de menor átomo até a energia das leis mais universais.
Naturalmente invadiu, individualmente e em seu conjunto, cada elemento, cada força, cada ligação do nosso Cosmo. E este, espontaneamente se inflamou.
Toda a matéria doravante está encarnada, meu Deus, pela vossa Encarnação
sábado, 19 de dezembro de 2009
Padre Toninho: doces e negras lembranças
Conheci Padre Toninho em 1993. Já faz tempo, meu Deus! Eu acabava de voltar de meu doutorado em Roma e fui convidado para participar da ERT, Equipe de Reflexão Teológica da CRB (Conferência dos Religiosos do Brasil). A chegar na equipe, encontrei homens e mulheres que estimularam minha reflexão teológica. Um deles era o Padre Antônio Aparecido da Silva, negro, pertencente ao Instituto dos Orionitas, considerado como “um dos maiores estudiosos e defensores da causa negra na Igreja”.
Convivi com Toninho na ERT durante vários anos. Depois, deixei a equipe ao me tornar provincial dos maristas, pois era impossível conciliar as agendas. No ano de 2001 encontrei Toninho na Assembléia Geral da CRB em São Paulo. Ele também era provincial! Conversamos e demos boas gargalhadas. Eu lhe disse: “quando a gente terminar terminar esta missão, vamos voltar para a ERT, pois somos teólogos. E, em 2005, voltamos a fazer parte da mesma equipe teológica. Foi um festa o nosso reencontro!
Convivi com Toninho na ERT durante vários anos. Depois, deixei a equipe ao me tornar provincial dos maristas, pois era impossível conciliar as agendas. No ano de 2001 encontrei Toninho na Assembléia Geral da CRB em São Paulo. Ele também era provincial! Conversamos e demos boas gargalhadas. Eu lhe disse: “quando a gente terminar terminar esta missão, vamos voltar para a ERT, pois somos teólogos. E, em 2005, voltamos a fazer parte da mesma equipe teológica. Foi um festa o nosso reencontro!
Guardo de Toninho, recentemente falecido, doces memórias. Em nossas reuniões, Toninho era o homem do bom humor. Grande companheiro, sabia dizer as coisas com clareza e delicadeza. Seu sorriso era contagiante. Discreto, contribuía sempre com algo original. Podia ser pouco, mas tinha profundidade.
A grande aprendizagem que significou para mim conviver e trabalhar com Toninho foi seu olhar multiétnico e pluricultural, a partir de seu lugar de negro e Afrodescendente. Por isso, digo que guardo de Toninho “negras recordações”.
A grande aprendizagem que significou para mim conviver e trabalhar com Toninho foi seu olhar multiétnico e pluricultural, a partir de seu lugar de negro e Afrodescendente. Por isso, digo que guardo de Toninho “negras recordações”.
Toninho foi um homem muito importante para a Vida Religiosa, a Igreja e a negritude no Brasil. Convido você a olhar e entrevista com ele no portal afro.
http://www.portalafro.com.br/entrevistas/padretoni/toninho.htm
Veja também alguns depoimentos sobre ele no site do IHU, da Unisinos
http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=28517
Nos últimos anos, acometido por diabetes e perda das funções dos rins, Toninho provou a dureza da doença. Sentia suas forças se esvaindo. No mês de agosto esteve na nossa reunião e se despediu. Sua última intervenção na discussão retratou uma enorme sabedoria.
http://www.portalafro.com.br/entrevistas/padretoni/toninho.htm
Veja também alguns depoimentos sobre ele no site do IHU, da Unisinos
http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=28517
Nos últimos anos, acometido por diabetes e perda das funções dos rins, Toninho provou a dureza da doença. Sentia suas forças se esvaindo. No mês de agosto esteve na nossa reunião e se despediu. Sua última intervenção na discussão retratou uma enorme sabedoria.
Certa vez, eu o chamei de “Rei Nagô”, e ele sorriu, se reconhecendo no título. Agora, deve estar festejando com o Ressuscitado, os mártires, os santos e as santas, a festa que no céu nunca termina. Com Atabaque e tambores, a grande celebração do triunfo do Reinado de Deus...
Termino com um texto do próprio Toninho sobre a ressurreição. E me calo, chorando sua perda.“A ressurreição, enquanto acontecimento totalizante e totalizador, instauradora de um novo messianismo e da vigência atual e escatológica do Reino, torna-se ponto de encontro e plenificação de todos os anseios e aspirações. A ressurreição é um fato globalizante, uma sementeira jogada sobre o universo. Deus nos ‘escolheu em Cristo antes de criar o mundo’, nos diz a Carta aos Efésios,’ derramou abundantemente sobre nós’ a sua graça (cf. Ef 1,4.6). Portanto, a ressurreição é o lugar da convergência, assim como a cristologia é a plenificação de todas as antropologias”.
Termino com um texto do próprio Toninho sobre a ressurreição. E me calo, chorando sua perda.“A ressurreição, enquanto acontecimento totalizante e totalizador, instauradora de um novo messianismo e da vigência atual e escatológica do Reino, torna-se ponto de encontro e plenificação de todos os anseios e aspirações. A ressurreição é um fato globalizante, uma sementeira jogada sobre o universo. Deus nos ‘escolheu em Cristo antes de criar o mundo’, nos diz a Carta aos Efésios,’ derramou abundantemente sobre nós’ a sua graça (cf. Ef 1,4.6). Portanto, a ressurreição é o lugar da convergência, assim como a cristologia é a plenificação de todas as antropologias”.
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
CNBB e a Conferência do Clima
A CNBB publicou nota convocando os cristãos católicos a fazerem gestos concretos de apoio e mobilização em vista da Conferência do Clima. Veja, divulgue e faça algo em sua comunidade no próximo final de semana.
Nos dias 7 a 18 de dezembro, realiza-se a Conferência da ONU sobre Meio Ambiente - COP 15, em Copenhague. As decisões que serão tomadas pelos governantes terão impacto no futuro da humanidade e em todas as formas de vida no Planeta.
Considerando a importância dessa Conferência, bem como a urgência do tema em pauta, nós bispos do Conselho Episcopal de Pastoral (CONSEP), reunidos em Brasília, nos unimos ao apelo global direcionado aos líderes mundiais, exigindo um acordo corajoso com metas necessárias e mensuráveis na emissão de poluentes. Esperamos igualmente que as populações mais vulneráveis afetadas pelas mudanças climáticas recebam os recursos necessários para a sua adaptação e o seu desenvolvimento sustentável.
Diante da declaração de intenção do Governo brasileiro em diminuir, até 2020, em 38% a emissão de gases que provocam aquecimento da Terra, e a redução de 80% do desmatamento da Amazônia, manifestamos a nossa expectativa para que essas metas sejam acompanhadas por políticas nacionais coerentes, que promovam a sustentabilidade do desenvolvimento humano, especialmente das populações mais empobrecidas e a integridade da criação, em obediência aos seguintes princípios:
· O reconhecimento da água como direito humano, bem público e patrimônio de todos os seres vivos, com a conseqüente implementação de políticas hídricas que priorizem o ser humano e a dessedentação dos animais;
· A implementação de uma ampla política de reforma agrária e agrícola com uma justa distribuição da terra, em favor das unidades familiares e comunitárias, mais produtivas por hectare, geradoras de oportunidade de trabalho, produtoras de alimentos, em consonância com o meio ambiente;
· O aprimoramento e a implementação do Plano Nacional de Mudanças do Clima (PNMC), que orientem de modo adequado e coerente outros planos e iniciativas governamentais;
· A opção por uma matriz energética limpa e diversificada, junto com um maior investimento tecnológico e atenção à sabedoria e ás práticas das populações tradicionais;
· A manutenção do código florestal e a busca de mecanismo de incentivo para a sua implementação;
· Transparência e controle social sobre os investimentos públicos e privados para que as políticas de Reduções de Emissões Associadas ao Desmatamento e à Degradação Florestal (REDD) não sejam regidos pelos interesses do mercado.
Movidos pelos gritos da Terra e dos seus filhos e filhas especialmente, dos mais empobrecidos, conclamamos as nossas comunidades eclesiais a realizarem nos dias 12 e 13 de dezembro próximo, atos que sinalizem nossa preocupação com as decisões que serão tomadas na Conferência de Copenhague. “Antes que seja tarde demais, precisamos fazer escolhas corajosas, que possam restabelecer uma forte aliança entre o ser humano e a Terra” (Papa Bento XVI, discurso em Loreto).
Como gesto concreto, sejam promovidos debates, orações e vigílias junto com iniciativas de outras Igrejas e organizações sociais, Em consonância com a iniciativa das Igrejas de outros Continentes, incentivamos que se dêem 350 repiques de sino, às 12 horas do próximo dia 13 de dezembro. Este gesto simbólico visa alertar os governos a não permitirem que se ultrapassem 350 partes por milhão (PPM), limite máximo e seguro de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, conforme atestam os cientistas que estudam o clima.
Que as celebrações do Advento nos coloquem em vigilante atitude na defesa e promoção da vida na Terra.
Brasília, DF, 10 de dezembro de 2009.
Considerando a importância dessa Conferência, bem como a urgência do tema em pauta, nós bispos do Conselho Episcopal de Pastoral (CONSEP), reunidos em Brasília, nos unimos ao apelo global direcionado aos líderes mundiais, exigindo um acordo corajoso com metas necessárias e mensuráveis na emissão de poluentes. Esperamos igualmente que as populações mais vulneráveis afetadas pelas mudanças climáticas recebam os recursos necessários para a sua adaptação e o seu desenvolvimento sustentável.
Diante da declaração de intenção do Governo brasileiro em diminuir, até 2020, em 38% a emissão de gases que provocam aquecimento da Terra, e a redução de 80% do desmatamento da Amazônia, manifestamos a nossa expectativa para que essas metas sejam acompanhadas por políticas nacionais coerentes, que promovam a sustentabilidade do desenvolvimento humano, especialmente das populações mais empobrecidas e a integridade da criação, em obediência aos seguintes princípios:
· O reconhecimento da água como direito humano, bem público e patrimônio de todos os seres vivos, com a conseqüente implementação de políticas hídricas que priorizem o ser humano e a dessedentação dos animais;
· A implementação de uma ampla política de reforma agrária e agrícola com uma justa distribuição da terra, em favor das unidades familiares e comunitárias, mais produtivas por hectare, geradoras de oportunidade de trabalho, produtoras de alimentos, em consonância com o meio ambiente;
· O aprimoramento e a implementação do Plano Nacional de Mudanças do Clima (PNMC), que orientem de modo adequado e coerente outros planos e iniciativas governamentais;
· A opção por uma matriz energética limpa e diversificada, junto com um maior investimento tecnológico e atenção à sabedoria e ás práticas das populações tradicionais;
· A manutenção do código florestal e a busca de mecanismo de incentivo para a sua implementação;
· Transparência e controle social sobre os investimentos públicos e privados para que as políticas de Reduções de Emissões Associadas ao Desmatamento e à Degradação Florestal (REDD) não sejam regidos pelos interesses do mercado.
Movidos pelos gritos da Terra e dos seus filhos e filhas especialmente, dos mais empobrecidos, conclamamos as nossas comunidades eclesiais a realizarem nos dias 12 e 13 de dezembro próximo, atos que sinalizem nossa preocupação com as decisões que serão tomadas na Conferência de Copenhague. “Antes que seja tarde demais, precisamos fazer escolhas corajosas, que possam restabelecer uma forte aliança entre o ser humano e a Terra” (Papa Bento XVI, discurso em Loreto).
Como gesto concreto, sejam promovidos debates, orações e vigílias junto com iniciativas de outras Igrejas e organizações sociais, Em consonância com a iniciativa das Igrejas de outros Continentes, incentivamos que se dêem 350 repiques de sino, às 12 horas do próximo dia 13 de dezembro. Este gesto simbólico visa alertar os governos a não permitirem que se ultrapassem 350 partes por milhão (PPM), limite máximo e seguro de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, conforme atestam os cientistas que estudam o clima.
Que as celebrações do Advento nos coloquem em vigilante atitude na defesa e promoção da vida na Terra.
Brasília, DF, 10 de dezembro de 2009.
Dom Geraldo Lyrio Rocha (Presidente da CNBB)
Dom Luiz Soares Vieira (Vice-Presidente)
Dom Dimas Lara Barbosa (Secretário-Geral)
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