Na Carta Apostólica “A alegria do Evangelho”, o Papa Francisco aponta
cinco atitudes básicas dos evangelizadores e da comunidade eclesial: tomar a
iniciativa (primeirear), envolver-se, acompanhar, frutificar e festejar (EG 24).
Veja o texto e reflita com seu grupo.
(1) Ir na frente, tomar a iniciativa (primeirear)
A comunidade missionária experimenta que o Senhor tomou a iniciativa,
precedeu-a no amor (cf. 1 Jo 4, 10), e, por isso, ela sabe ir à frente, sabe
tomar a iniciativa sem medo, ir ao encontro, procurar os afastados e chegar às
encruzilhadas dos caminhos para convidar os excluídos. Vive um desejo
inexaurível de oferecer misericórdia, fruto de ter experimentado a misericórdia
infinita do Pai e a sua força difusiva. Ousemos um pouco mais no tomar a
iniciativa!
(2) Envolver-se
Como consequência, a Igreja sabe «envolver-se». Jesus lavou os pés aos
seus discípulos. O Senhor envolve-Se e envolve os seus, pondo-Se de joelhos
diante dos outros para os lavar; mas, logo a seguir, diz aos discípulos:
«Sereis felizes se o puserdes em prática» (Jo 13, 17). Com obras e gestos, a
comunidade missionária entra na vida diária dos outros, encurta as distâncias,
abaixa-se – se for necessário – até à humilhação e assume a vida humana,
tocando a carne sofredora de Cristo no povo. Os evangelizadores contraem assim
o «cheiro de ovelha», e estas escutam a sua voz.
(3) Acompanhar
Em seguida, a comunidade evangelizadora dispõe-se a «acompanhar».
Acompanha a humanidade em todos os seus processos, por mais duros e demorados
que sejam. Conhece as longas esperas e a suportação apostólica. A evangelização
patenteia muita paciência, e evita deter-se a considerar as limitações.
(4) Frutificar
Fiel ao dom do Senhor, a comunidade evangelizador sabe também «frutificar».
Ela mantém-se atenta aos frutos, porque o Senhor a quer fecunda. Cuida do trigo
e não perde a paz por causa do joio. O semeador, quando vê surgir o joio no
meio do trigo, não tem reacções lastimosas ou alarmistas. Encontra o modo para
fazer com que a Palavra se encarne numa situação concreta e dê frutos de vida
nova, apesar de serem aparentemente imperfeitos ou defeituosos. O discípulo
sabe oferecer a vida inteira e jogá-la até ao martírio como testemunho de Jesus
Cristo, mas o seu sonho não é estar cheio de inimigos, mas antes que a Palavra
seja acolhida e manifeste a sua força libertadora e renovadora.
(5) Festeja
Por fim, a comunidade evangelizadora jubilosa sabe sempre «festejar»:
celebra e festeja cada pequena vitória, cada passo em frente na evangelização.
No meio desta exigência diária de fazer avançar o bem, a evangelização jubilosa
torna-se beleza na liturgia. A Igreja evangeliza e se evangeliza com a beleza
da liturgia, que é também celebração da atividade evangelizadora e fonte dum
renovado impulso para se dar.
(Fonte: Papa Francisco, Alegria do Evangelho, nº 24)
Para refletir em grupo:
Quais atitudes estamos cultivando na evangelização? Qual delas devemos
desenvolver?