Em dezembro do ano passado, fui visitar a diocese de Teófilo Otoni, no nordeste de Minas, a convite do seu bispo, Dom Aloísio Vitral. Num sábado à tarde de sol esturricante, reuni-me com aproximadamente 25 religiosas de diferentes congregações e um jovem frei capuchinho, que atuam em comunidades populares e rurais da região. Convoquei esta reunião por um motivo simples. Como sou teólogo da CRB (Conferência dos Religiosos do Brasil), sempre que vou a alguma região do Brasil, crio ocasião para encontrar-me com homens e mulheres consagradas, sobretudo aqueles(as) que estão comprometidos com causas sociais e ambientais. E assim aconteceu em Teófilo Otoni. Com imensa alegria, ouvimos os depoimentos de Irmãs que atuam em comunidades rurais da região e nas periferias da cidade. Um grupo de Irmãs relatou a experiência linda de resgate de uma comunidade quilombola, que lentamente recuperou sua identidade e, associada a uma experiência de socioeconomia solidária, planta, colhe e vende produtos agrícolas orgânicos. Este mesmo grupo produz leite e iogurte sem agrotóxico para alimentar estudantes da rede pública da região.
Outra Irmã contou, com alegria no rosto, sobre a iniciativa do centro socioeducativo, que no turno complementar a escola, acolhe crianças e adolescentes pobres da cidadezinha do Vale do Mucuri. Os resultados são alentadores: melhoria no rendimento escolar, redução drástica do consumo de álcool e drogas no meio dos jovens, erradicação da mendicância. Ou seja, inclusão social efetiva. Lembro-me ainda de outro relato sobre a construção de uma farinheira, ou seja, o espaço coletivo onde os pequenos proprietários levam a mandioca de sua terra e a transformam em farinha para o consumo próprio e venda.
Fiquei pensando: O que faz estas mulheres dedicarem a vida aos pobres, à população do interior, em recantos desconhecidos? Elas não estão preocupadas com publicidade, reconhecimento público, fama, poder. Simplesmente: fazer o Bem, resgatar a dignidade das das pessoas e testemunhar o evangelho de Jesus.
Então, recordei-me de uma Assembléia em que alguém falava da visibilidade da Igreja. E, equivocadamente, equiparava esta visibilidade à conquista de espaços na mídia, grandes concentrações públicas, disponibilização de produtos e marcas religiosas no mercado. É verdade que devemos atuar para que o Bem seja visível e acessível às pessoas. Mas a visibilidade do evangelho não é se reduz a conquista de espaço midiático. Principalmente, se o conteúdo veiculado é proselitista, anacrônico e invasor.
Hoje li a profecia de Isaías 42,2-4 sobre o Servo de Javé, que é aplicada a Jesus no evangelho de Mateus: “Ele não clama nem levanta a voz, nem se faz ouvir pelas ruas. Não quebra uma cana rachada nem apaga um pavio que ainda fumega (...). Ele não desistirá, até que a justiça tenha sido implantada sobre a terra”.
Jesus pregou às multidões, mas se negou a entrar no esquema massivo, que o reduziria a um líder que trazia soluções fáceis. Por isso, Jesus faz pensar, questiona a religiosidade opressora, valoriza a participação das pessoas no processo de “cura” e recuperação da Vida.
Em coerência com Jesus devemos rejeitar a visibilidade enganosa, centrada na promoção dos egos, das instituições e das Igrejas. E aderir aquela que aponta para valores humanos e espirituais, tais como o cuidado, a solidariedade, a sintonia com a origem da Vida. Por isso, Jesus mesmo nos diz no evangelho: “Brilhe a luz de vocês entre as pessoas, de modo que, vendo suas boas obras, glorifiquem o Pai”. Essa é a “visibilidade invisível” que percebi nas práticas simples das Irmãs em Teófilo Otoni e de tantos homens e mulheres espalhadas por este país. Boa nova esperançosa, serviço da promoção da Vida.
domingo, 9 de janeiro de 2011
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
Mais poesia
Diz a escritora Adélia Prado:
"A poesia, a mais íntima, é serva da esperança".
Assim, desejo-lhe para o ano de 2011 um pouco mais de poesia.
Para vida ser mais leve e encantada.
Quem sabe, um pouco menos de trabalho e de correria, em troca de doses de poesia.
Para gerar, nutrir e disseminar esperança.
E com a esperança, fé e amor-solidário.
Afinal, é o que importa.
Feliz 2011!
Murad
"A poesia, a mais íntima, é serva da esperança".
Assim, desejo-lhe para o ano de 2011 um pouco mais de poesia.
Para vida ser mais leve e encantada.
Quem sabe, um pouco menos de trabalho e de correria, em troca de doses de poesia.
Para gerar, nutrir e disseminar esperança.
E com a esperança, fé e amor-solidário.
Afinal, é o que importa.
Feliz 2011!
Murad
domingo, 26 de dezembro de 2010
Jane, Lorrane e Gilberto
Era o entardecer da véspera de natal. Caminho pelo centro de Belo Horizonte, após a última reunião de trabalho do ano. De repente, encontro Jane na calçada. Negra, rosto envelhecido, ex moradora de rua, trabalha como lavadora de carro, vende doces e balas. Descobri-a, faz muitos anos, quando eu morava na região. Naquele tempo, ela bebia muito, não tinha sequer um cantinho para moradia e andava na rua com a filha mais nova, que recebeu o nome chique de “Lorrane”. Graças ao trabalho do Irmão Raimundo, que a acolheu carinhosamente e resgatou sua dignidade com a ajuda de outras pessoas, Jane hoje tem um barraco na periferia e a filha freqüenta a escola. Com orgulho, apresentou-me novamente Lorrane: “Ela Já tem 10 anos. Veja como está grande e bonita”. E Jane completou: “Tenho ainda outra filha, de 15 anos, que mora na Itália. Dizem que ela fala três línguas e está bem por lá. Mas eu quero encontrar minha filha!”.
Saí deste inesperado encontro lembrando-me dos pastores que foram visitar Jesus em Belém. Gente pobre, simples, de má fama, são os primeiros a provar da alegria do “Deus conosco”. Imaginei Jane e Lorrane no presépio, na gruta de Belém, olhando para Jesus.
Hoje é natal. Vim para Vila Velha (ES) e após a missa, o padre nos convidou: “Lá fora, na área livre embaixo da ponte, a comunidade está organizando um jantar para o povo de rua e moradores dos abrigos públicos”. Fui lá ver. Tudo bem organizado, comida boa, presentes, grupo acolhedor! Chegaram umas 20 pessoas. Sentei-me à mesa com duas delas. A primeira, Dona Maria, uma senhora que deveria ter uns 75 anos. Vinda do Sul da Bahia, sem recursos, mora num abrigo da prefeitura. Estava transbordando de alegria: alimento saboroso, presentes, música ao vivo. Ah, era demais tanta coisa boa ao mesmo tempo!
Meu segundo companheiro de mesa era um adulto de aproximadamente 35 anos. Gilberto, nascido em Guarapari, é flanelinha e lavador de carro na praia da costa. Hoje trabalhou o dia inteiro. Veio direto para o evento, pois ficou sabendo que ia ter uma festa de graça, de natal. Contou-me que tem quatro filhos pequenos e vive de seu trabalho. Não teve dinheiro para comprar os presentes para as crianças. Quando recebeu os presentes da comunidade, seu rosto se transfigurou. Lentamente, recolheu tudo o que havia recebido numa sacola plástica. Agora teria algo para oferecer aos filhos! Quando terminou de jantar, delicadamente pediu licença, e todo contente foi para casa, levando ainda uma marmita de comida para a mulher e a criançada.
Novamente me veio ao coração a imagem dos pastores de Belém. Desta vez, eu estava sendo visitado pelos pobres. Eles me recordavam não somente os pastores, também o próprio menino Jesus, pobre envolvido em panos, alojado fora da casa. Provei algo do espírito do natal...
Saí deste inesperado encontro lembrando-me dos pastores que foram visitar Jesus em Belém. Gente pobre, simples, de má fama, são os primeiros a provar da alegria do “Deus conosco”. Imaginei Jane e Lorrane no presépio, na gruta de Belém, olhando para Jesus.
Hoje é natal. Vim para Vila Velha (ES) e após a missa, o padre nos convidou: “Lá fora, na área livre embaixo da ponte, a comunidade está organizando um jantar para o povo de rua e moradores dos abrigos públicos”. Fui lá ver. Tudo bem organizado, comida boa, presentes, grupo acolhedor! Chegaram umas 20 pessoas. Sentei-me à mesa com duas delas. A primeira, Dona Maria, uma senhora que deveria ter uns 75 anos. Vinda do Sul da Bahia, sem recursos, mora num abrigo da prefeitura. Estava transbordando de alegria: alimento saboroso, presentes, música ao vivo. Ah, era demais tanta coisa boa ao mesmo tempo!
Meu segundo companheiro de mesa era um adulto de aproximadamente 35 anos. Gilberto, nascido em Guarapari, é flanelinha e lavador de carro na praia da costa. Hoje trabalhou o dia inteiro. Veio direto para o evento, pois ficou sabendo que ia ter uma festa de graça, de natal. Contou-me que tem quatro filhos pequenos e vive de seu trabalho. Não teve dinheiro para comprar os presentes para as crianças. Quando recebeu os presentes da comunidade, seu rosto se transfigurou. Lentamente, recolheu tudo o que havia recebido numa sacola plástica. Agora teria algo para oferecer aos filhos! Quando terminou de jantar, delicadamente pediu licença, e todo contente foi para casa, levando ainda uma marmita de comida para a mulher e a criançada.
Novamente me veio ao coração a imagem dos pastores de Belém. Desta vez, eu estava sendo visitado pelos pobres. Eles me recordavam não somente os pastores, também o próprio menino Jesus, pobre envolvido em panos, alojado fora da casa. Provei algo do espírito do natal...
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
A festa do encontro
A vida humana se enriquece de maneira profunda quando há encontros.
Encontros de pessoas, de grupos, de povos, de nações.
Unir-se de fragmentos, soma transmutada em multiplicação.
Possibilidades de fortalecer e ampliar raízes, estabelecer conecções.
Algo mais do que estar geograficamente ou virtualmente próximo.
Gesto de aproximar-se, romper as solidões, questionar a auto-suficiência, trocar, abrir as mãos, olhar o outro e reconhecer sua alteridade.
Encontrar-se é tecer laços que transformam as diferenças em oportunidades de aprender.
Uma energia boa circula, de forma que os interlocutores se saciam, para buscar novos encontros ou tecer laços mais estreitos nos mesmos encontros.
O natal é a grande celebração do encontro.
Encontro de Deus com a humanidade, a ponto de se fazer um nós, para intensamente se tornar um conosco. Por isso, o menino de Belém é chamado “Emanuel”: Deus conosco.
Viva o natal, a festa do encontro!
Desta luz que ilumina tenuamente a gruta escura de Belém, se expande a Luz que se revela caminho a seguir, verdade em construção, vida comunicada.
Ao redor de Jesus acontecem muitos encontros: Maria, José, os pastores, os magos, o povo que se alegra. E essa alegria contagiante abraço o solo, o ar, a água, a energia do sol, os microorganismos, as plantas, os animais, toda a humanidade.
O filho de Deus se fez carne, se fez matéria. Para fazer-se encontro.
Viva o natal!
Afonso Murad
Encontros de pessoas, de grupos, de povos, de nações.
Unir-se de fragmentos, soma transmutada em multiplicação.
Possibilidades de fortalecer e ampliar raízes, estabelecer conecções.
Algo mais do que estar geograficamente ou virtualmente próximo.
Gesto de aproximar-se, romper as solidões, questionar a auto-suficiência, trocar, abrir as mãos, olhar o outro e reconhecer sua alteridade.
Encontrar-se é tecer laços que transformam as diferenças em oportunidades de aprender.
Uma energia boa circula, de forma que os interlocutores se saciam, para buscar novos encontros ou tecer laços mais estreitos nos mesmos encontros.
O natal é a grande celebração do encontro.
Encontro de Deus com a humanidade, a ponto de se fazer um nós, para intensamente se tornar um conosco. Por isso, o menino de Belém é chamado “Emanuel”: Deus conosco.
Viva o natal, a festa do encontro!
Desta luz que ilumina tenuamente a gruta escura de Belém, se expande a Luz que se revela caminho a seguir, verdade em construção, vida comunicada.
Ao redor de Jesus acontecem muitos encontros: Maria, José, os pastores, os magos, o povo que se alegra. E essa alegria contagiante abraço o solo, o ar, a água, a energia do sol, os microorganismos, as plantas, os animais, toda a humanidade.
O filho de Deus se fez carne, se fez matéria. Para fazer-se encontro.
Viva o natal!
Afonso Murad
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Educação no Brasil: longo caminho a percorrer
Segundo a Folha de São Paulo*, “os estudantes brasileiros com 15 anos melhoraram em leitura, ciências e matemática nos últimos nove anos. Seguem, porém, entre os mais atrasados do mundo. A constatação é da avaliação internacional chamada Pisa, coordenada pela OCDE (organização de nações desenvolvidas), que analisou a educação em 65 países".
O exame avalia as áreas a cada três anos. Nesta edição, a prioridade foi leitura, em que a média brasileira avançou 4%. Essa melhora significa que o aluno de hoje tem um conhecimento equivalente a seis meses de aula a mais do que os de 2000, conforme cálculo da Folha”.
O avanço foi "impressionante". Ainda assim, os brasileiros estão com mais de três anos de defasagem ante os chineses, os líderes da lista, que passaram Finlândia e Coreia.
Mas, no ranking o Brasil está na 53ª posição, com nota semelhante a Colômbia e Trinidad e Tobago. Os avanços percentuais em ciências e matemática foram maiores que os de leitura, mas as colocações são semelhantes.
A avaliação aponta que o conhecimento médio do aluno brasileiro permite que ele entenda o núcleo simples em um texto, mas não consegue encontrar, a partir de trechos diferentes, a ideia principal de uma obra.
A notícia faz pensar. De um lado, houve melhoria na educação, fruto de imensa dedicação de professores, professoras, e gestores(as) que no cotidiano das escolas públicas e particulares, tem se dedicado com afinco à sua missão. Embora menos do que seria preciso, convém ressaltar ainda o compromisso do poder público de vários municípios, estados e da Governo Federal. De outro lado, estamos com uma situação ainda muito aquém do aceitável para uma nação com tanto potencial. A superação da pobreza e da exclusão social exige mais atenção à educação e aos educadores, nos diversos níveis. Nesta tarefa, todos nós que atuamos em escolas ou universidades nos chamamos interpelados! E temos que fazer ouvir nossas conquistas e nosso clamor.
*FSP,8 dezembro 2010
O exame avalia as áreas a cada três anos. Nesta edição, a prioridade foi leitura, em que a média brasileira avançou 4%. Essa melhora significa que o aluno de hoje tem um conhecimento equivalente a seis meses de aula a mais do que os de 2000, conforme cálculo da Folha”.
O avanço foi "impressionante". Ainda assim, os brasileiros estão com mais de três anos de defasagem ante os chineses, os líderes da lista, que passaram Finlândia e Coreia.
Mas, no ranking o Brasil está na 53ª posição, com nota semelhante a Colômbia e Trinidad e Tobago. Os avanços percentuais em ciências e matemática foram maiores que os de leitura, mas as colocações são semelhantes.
A avaliação aponta que o conhecimento médio do aluno brasileiro permite que ele entenda o núcleo simples em um texto, mas não consegue encontrar, a partir de trechos diferentes, a ideia principal de uma obra.
A notícia faz pensar. De um lado, houve melhoria na educação, fruto de imensa dedicação de professores, professoras, e gestores(as) que no cotidiano das escolas públicas e particulares, tem se dedicado com afinco à sua missão. Embora menos do que seria preciso, convém ressaltar ainda o compromisso do poder público de vários municípios, estados e da Governo Federal. De outro lado, estamos com uma situação ainda muito aquém do aceitável para uma nação com tanto potencial. A superação da pobreza e da exclusão social exige mais atenção à educação e aos educadores, nos diversos níveis. Nesta tarefa, todos nós que atuamos em escolas ou universidades nos chamamos interpelados! E temos que fazer ouvir nossas conquistas e nosso clamor.
*FSP,8 dezembro 2010
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Participação no "Religare"
Semana passada foi apresentada a primeira parte de minha entrevista no programa "Religare", produzido pelo Programa de Pós Graduação em Ciências da Religião da PUC-Minas, sob a coordenação de Flávio Senra, e exibido pela TV Horizonte.
Na ocasião, conversamos sobre o nosso recente livro "A casa da Teologia", redigido por Paulo Roberto Gomes, Susie Ribeiro e eu. Uma obra em perspectiva dialogal, ecumênica e didática. Dali a conversa se estendeu para a questão da religião da sociedade contemporânea.
O assunto continua no programa que será exibido hoje às 23h, e reprisado em outros horários. Logo que eu tiver cópia do vídeo, vou editar partes no youtube.
Quem for de BH, está convidado a acompanhar o programa.
Na ocasião, conversamos sobre o nosso recente livro "A casa da Teologia", redigido por Paulo Roberto Gomes, Susie Ribeiro e eu. Uma obra em perspectiva dialogal, ecumênica e didática. Dali a conversa se estendeu para a questão da religião da sociedade contemporânea.
O assunto continua no programa que será exibido hoje às 23h, e reprisado em outros horários. Logo que eu tiver cópia do vídeo, vou editar partes no youtube.
Quem for de BH, está convidado a acompanhar o programa.
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Fé e ciências: o diálogo
Participei do programa "Em Pauta", da Rede Canção Nova, transimitido hoje. Trata-se de um espaço para discutir questões contemporâneas à luz da fé cristã, sob a coordenação serena de Padre Hamilton e a presença reflexiva de Frei Moser, conceituado pesquisador e professor de Ética Cristã.
Tenho grande respeito por Frei Moser, sobretudo porque é um homem que vários aspectos reflete além do seu tempo. É um visionário. Quando ninguém ainda falava de ecologia no horizonte da fé cristã, Moser lançou um livrinho sobre o tema. Foi a primeira obra que li sobre isso, na década de 80, e sem conhecê-lo, já o admirava. Mais tarde, Moser lançou no horizonte eclesial brasileiro a discussão sobre bioética. Foi instigante! Agora, no programa "Em Pauta", estávamos os dois lado a lado, partilhando saberes numa conversa de alto nível.
Já estive neste programa em outras duas ocasiões. Desta vez, o tema foi "Fé e ciência". Moser abordou a posição dos pesquisadores das ciências exatas e biológicas quanto à crença em Deus.
De minha parte, mostrei que o conceito de ciência é polissêmico. O possível diálogo da fé cristã com as ciências depende inicialmente de que área do conhecimento estamos tratando. Além disso, a fé cristã comporta um grau de "razoabilidade", de busca de compreensão. Neste sentido, a teologia é a "ciência da fé", que busca compreender o ser humano e o mundo à luz da revelação.
O cristão necessita de muitos saberes para atuar de forma correta e eficaz. Cada vez mais necessitamos das ciências e de outras saberes. No entanto, a pergunta sobre o sentido radical da vida e da morte ultrapassa o horizonte das ciências. Coloca-nos diante da Gratuidade Radical, do mistério. E para nós, que cremos, ele tem um Nome e um Rosto.
Creio que o diálogo da fé cristã com as ciências é fundamental na sociedade contemporânea. Neste diálogo nos colocamos simultaneamente como aprendizes, interlocutores e colaboradores, em busca da Verdade iluminadora e amorosa, que vai à nossa frente e nos ultrapassa.
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Educação e valores
Como educar para valores consistentes, numa sociedade em constante mudança? O que caracteriza o ämbito dos valores na escola cristã? Estes temas foram colocados e discutidos no Congresso de Educação das Irmäs Sacramentinas, em Itaici (SP). Estive lá com este grupo de 380 educadores de 5 escolas (4 do nordeste e 1 do sudeste), numa experiência estimuladora: intensa participação dos professores(as), intervenções significativas na discussão, bom nível de reflexão e partilha de experiências.
Partilho com você alguns eslaides que utilizei.
Parabéns às Irmãs e aos educadores(as) sacramentinos!
Partilho com você alguns eslaides que utilizei.
Parabéns às Irmãs e aos educadores(as) sacramentinos!
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
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