Esse refrão de origem africana, e proclamado por Dom Moacir Grechi, arcebispo de Porto Velho, resumiu de forma poética o início do XII Intereclesial das Comunidades de Base, que acontece de 21 a 25 de julho. Realizado pela primeira vez na região amazônica, no estado de Rondônia, o interclesial tem como tema: “CEBs, ecologia e missão”, e como lema: “Do Ventre da Terra o grito que vem da Amazônia”. Este importante encontro reúne aproximadamente 3 mil pessoas, entre delegados de base e agentes de pastoral, eleitos em suas dioceses, bispos, 97 assessores, inúmeros convidados de outras igrejas cristãs e de vários países e uma representativa porção de povos indígenas da região amazônica.
Estima-se que mais de 7 mil pessoas estiveram concentradas na noite de 21 de julho, junto com os participantes do Interclesial, na celebração de abertura que ocorreu no centro de Porto Velho. O momento celebrativo, belo e expressivo em símbolos, trouxe um pouco da complexa realidade amazônica: o rio e a mata, os povos da floresta (indígenas, ribeirinhos e seringueiros), o povo da periferia das cidades, a bio-diversidade e a diversidade cultural, a destruição do bioma pelo agronegócio, a esperança e a resistência do povo.
Na celebração de abertura foram lembrados também todos os regionais presentes, com seus respectivos biomas: mata atlântica, cerrado, caatinga, pampas e pantanal. A questão ecológica, compreendida no viés sócio-ambiental e a partir dos pobres, parece marcar o diferencial deste encontro das CEBs. Outro destaque é tornar mais conhecido a Amazônia para os próprios brasileiros.
O segundo dia do encontro das CEBs terá como temática o VER: “Grito Profético da Terra e dos Povos da Amazônia, símbolos da humanidade”. A disposição dos espaços e dos temas levará em conta a realidade da Amazônia. O lugar central das plenárias denonima-se “Porto”. Os lugares onde se reunirão os 12 miniplinários são os “rios”, que abarcam ao todo 144 grupos de partilha e discussão, chamados de “canoas”. Bem cedinho, como é comum aqui na Amazônia, as 7 horas da manhã, inicia-se a animação musical e a celebração organizada pelos povos indígenas. A seguir, haverá uma introdução dos assessores, seguido de trabalho de grupo. Será o momento em que as pessoas poderão se expressar livremente, partilhando sua experiência de vida, suas convicções, lutas e esperanças. Na parte da tarte haverá as miniplenárias, seguida de uma síntese dos respectivos assessores. Por fim, uma celebração penitencial reunindo todos os participantes.
Espera-se que este Intereclesial das CEBs na Amazônia amplie a consciência dos cristãos sobre seu compromisso socioambiental e seja mais um alerta para a sociedade sobre a importância da Amazônia para o nosso planeta. Muitas pequenas luzes, formando uma constelação de Luz e Consciência.
Afonso Murad
Um comentário:
Murad, obrigado!
Quero saber mais, cada dia...
Irmã Joana
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